Capim-cidreira

Com folhas estreitas, compridas e quase sem caule, capim cidreira é uma erva medicinal com propriedades calmantes e aroma agradável. Geralmente, é ingerida em formato de chá. Mas a partir de hoje, 12 de setembro, quinta-feira, também pode ser consumida em formato de música, já que Capim Cidreira é o título do quarto disco de estúdio do cantor, compositor e rapper Rael. Lançado pela Laboratório Fantasma e com distribuição da Sony Music, o trabalho de 10 faixas já está disponível nas principais plataformas de streaming.

No novo álbum, o artista paulista partiu da experiência pessoal de um período depressivo para construir um repertório leve, dançante e de boas energias. “Eu precisei ter pensamentos que não conseguia brecar para pra entender a importância de falar em amor próprio”, diz Rael. O assunto se traduz, mais diretamente, em “Sempre”. “É importante falar sobre isso, até mesmo para desmistificar. Acredito que as palavras têm poder de cura”, pensa.

Com produção do próprio Rael, Capim Cidreira marca uma mudança em seu processo criativo, em que ele concebe a obra do começo ao fim, pensando na parte instrumental e na estrutura, para depois compor a letra em cima do que foi criado. Os dois primeiros singles do disco, “Flor de Aruanda” e “Bença Mãe”, contudo, já haviam revelado que o caminho percorrido por ele ainda seguiria pelo rap e pelo reggae (e com contornos bastante pop). Recentes visitas a três países da África – Angola, Zimbábue e Tanzânia – o aproximaram de referências locais, o que também contribuiu para a identidade do álbum.

“Beijo B”, por exemplo, é um afrofusion com participação de Thiaguinho, a música consolida a parceria entre os dois artistas e também reforça a facilidade com que Rael transita pelo cenário musical. O primeiro contato deles se deu quando Thiaguinho começou a tocar “Envolvidão” em seus shows. Outra canção que traz convidados é “Só Ficou o Cheiro”, no caso a banda Melim, que agrega com as suas good vibes. “Eu já tinha feito parceria com quase todo mundo do rap, queria flertar com outras paradas, experimentar. Rolou uma sintonia com eles”, afirma o artista. 

“Vendaval”, por sua vez, é um boombap reggae que teve entre as suas inspirações a turnê que Rael fez tocando o repertório de Vinicius de Moraes, daí a menção aos orixás. “Especial” aparece de duas formas no trabalho, como a sexta canção, em que é apresentada de forma orgânica, com bateria, metais e pegada suingada. E ganhou o nome de “Especial Naya” na décima e última faixa do disco. Mais apoiada no violão, a versão valoriza a voz do artista. Naya é referência ao termo nayambing, uma expressão usada no rastafarianismo para designar o som do coração.

“Flor de Aruanda” também ganhou um remix dentro do trabalho, enquanto “Greenga” é a faixa que mais se assemelha aos trabalhos anteriores do cantor e compositor. Brinca com termos em inglês que Rael não sabia quando foi fazer uma turnê no exterior há alguns anos.

Capim Cidreira indicado em caso de bad vibes…

 

Ficha técnica:

1: Bença Mãe

2: Sempre

3: Só ficou o cheiro feat. Melim 

4: Greenga

5: Flor de Aruanda

6: Especial

7: Beijo B feat Thiaguinho

8: Vendaval 

9: Flor de Aruanda (remix) 

10: Especial Naya