Por Emicida
O samba nasce, em instrumentos criados por seus primeiros intérpretes, guiado pelo ritmo do coração de seus progenitores, e isso não é poesia. Por mais poético que pareça, é um fato. Tão urbanos quanto chamar o carrinho de cachorro-quente de food truck, os aglomerados de gente construídos no Brasil (e no mundo) precisavam (e ainda precisam) se fazer ver e ouvir.
A Laboratório Fantasma, carinhosamente conhecida como Lab, nasceu no olho desse furacão de tantas vozes, acreditando que espaço e tempo são detalhes sob a responsabilidade do acaso. Nos interessam as histórias. Tudo faz parte de um grande código aberto, onde a partir do momento em que uma música nossa toca o seu coração ela também passa a ser sua.
A cultura do sampler, que pariu o método de produção musical do hip hop, norteia nossa necessidade de passear livres entre passado, presente e futuro, entre África e Ásia sendo Brasil. Afinal de contas, é tudo nosso!
O grande Carlos Moore diz que na ausência de informações sobre a África cada um de nós nascido fora da terra de seus antepassados precisou inventar a sua própria África e construir sua autoestima tendo como ponto de partida esse novo mundo, criado por si mesmo. Se sem perceber, sozinhos, acabamos por inventar um novo mundo – do que somos capazes juntos? O nascedouro de tudo o que construímos é nesta pergunta.
Somos música, somos roupas – e o mais importante de tudo neste processo concebido dentre um mundo-labirinto, mais que nunca – somos espelhos de todos os que nos inspiram gratidão, empatia e referência. Enfim, somos nóiz.
Assista abaixo ao nosso desfile no SPFWTrans42:
Poxa, e as outras peças? Sonhando com o quimano e saia da Drik nas fotos. Podia também colocar as medidas das peças nas descrições. Nunca sei o tamanho de pedir.
Grata