É isso aí, rapaziada! 2020 é o ano em que topamos mais um desafio: estrear no carnaval de rua de São Paulo, um dos maiores do Brasil. O #QuilomboLAB, nosso bloco de carnaval, desfilou pela avenida Luis Dummont Villares, na Zona Norte da cidade, no dia 23 de fevereiro, domingo de carnaval. O barato foi loko, então chega aqui pra saber mais detalhes!

Apresentação de Rael durante o desfile do bloco #QuilomboLAB. (Foto: Jeferson Delgado)

Nós pensamos nesse projeto como um espaço de acolhimento, fortalecimento e libertação dos corpos negros por meio da música, da dança e da valorização das mais diversas riquezas presentes na cultura afro-brasileira. Essa ideia é inspirada nos movimentos quilombolas brasileiros do período colonial, que funcionavam como espaços de liberdade. O foco na reconexão dos africanos em diáspora com suas raízes, que é uma parte muito importante desses movimentos, também nos marcou e levou a pensar sobre o conceito de “quilombos urbanos”. Esses são espaços de acolhimento, resistência e exaltação do povo negro dentro dos grandes centros urbanos. Por meio de todas essas conexões, chegamos ao nome #QuilomboLAB. 

Drik Barbosa se apresentando no desfile do bloco #QuilomboLAB. (Foto: Jeferson Delgado)

A Zona Norte da cidade de São Paulo foi escolhida como local para o desfile por ser um importante reduto do samba paulistano, onde surgiram agremiações como, por exemplo, Morro da Casa verde, Camisa Verde e Branco, Unidos de Vila Maria, entre outras. Essa também é a região onde nossos fundadores, Emicida e Fióti, nasceram e cresceram. Fez parte do nosso objetivo descentralizar o carnaval de rua de SP, trazendo mais diversão, lazer e cultura para as áreas mais próximas da periferias do município. Também temos como meta ajudar a potencializar ainda mais os negócios ao redor da Zona Norte durante a próxima década, auxiliando a promover o Black Money e aumentando o desenvolvimento dessa região.

O repertório dos artistas foi construído com o objetivo de que fosse diverso mas sempre reverenciasse gêneros musicais originados pela diáspora africana. Sendo assim, Emicida ficou com a responsa do samba e convidou o grupo Prettos para levar o show “Obrigado, Clementina” pra cima do trio, com as participações de Rashid e Criolo. Drik Barbosa fez uma grande homenagem à história da música baiana. Indo desde a criação do samba, pelas mãos de mulheres como a baiana Tia Ciata, até os dias atuais, marcados pelo axé e pagodão baiano. Sua convidada especial foi a cantora Luedji Luna. 

Apresentação de Emicida durante o desfile do bloco #QuilomboLAB. (Foto: Jeferson Delgado)

Rael homenageou o reggae e suas vertentes junto aos convidados Chico César, MSARIO, Criolo e Marina Peralta. Para o grand finale, unimos nosso time de estrelas para um show único com Kamau, Drik Barbosa, Rashid, Rael e Emicida, encerrando o espetáculo em grande estilo.

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Mas é claro que não podemos deixar de falar do nosso parceiro de longa data, DJ Nyack, que convidou a rapa do Major Lazer pra aquecer os tamborins durante a concentração do bloco. E foi desse jeito que o #QuilomboLAB fez história nas ruas da Zona Norte de São Paulo: unindo mais de 80 mil pessoas em um espaço de amor, luta, respeito e resistência.  Estamos ansiosos pela edição de 2021, e vocês?!

Texto: Ygor Pinheiro