Na nossa série em homenagem ao Dia dos Namorados, agora é a hora de conhecer a história do Eric e da Gabriela.

Quem chegou agora provavelmente não sabe que, aproveitando a data, a gente teve a ideia de celebrar o amor de um jeito diferente: contando não só histórias que a gente está mais acostumado a ver, como a deles, mas também falando de algumas que normalmente não têm voz.

Na quinta (09), estreamos com a da Maria Rita e o do Bernardo. Ontem foi a vez do Rafael e do Ygor. Hoje, mais cedo, teve a história da Anna e da Maya.

Amanhã (12), encerrando a série, tem a Carol e a Camila.

Fiquem na sintonia!


 

Por: Carol Patrocinio

 

Gabriela e Eric

Todo mundo fala sobre descobrir-se gay. Mas e quando descobre-se hétero? Para Gabriela foram os olhares: “Eu me sentia atraída pelos olhares dos garotos”. O que mexeu com Eric foi a atração que sentia por meninas e a vontade de estar com elas.

Os dois se conheceram por causa da internet. “Eu vi um projeto social com moradores de rua, fui buscar quem era responsável por ele e era o pai do Eric. Em um feriado eu saí de Atibaia e fui até Osasco para participar. O Eric apareceu e tocaram umas trombetas”. Ele foi passar um tempo fora do país, eles seguiram trocando mensagens e no dia da volta os dois já ficaram juntos.

Quando a coisa é intensa, o tempo corre diferente e não dá para esperar. Foi assim que Eric resolveu pedi-la em casamento com uma tatuagem e no lugar do primeiro beijo: a estação de metrô Pinheiros. “Se ele me pedisse em casamento em um restaurante chique e com um anel na taça de champanhe eu ia engolir a aliança”, diz Gabriela. Para ela é preciso surpreender o outro.

Ela conta como se sentiu antes do pedido: “Quando eu notei que ele ia me pedir em casamento eu sentia uma angústia. É um misto de sentimento: é alegria porque a pessoa que você ama tá decidida a passar a vida com você; e é uma angústia porque a gente vê muita coisa ruim por aí. Será que vai dar certo?”

Na hora em que Gabriela viu que o pedido ia realmente acontecer veio a calma. Ela sabia que estava com a pessoa certa. Para ela, “amor não é um sentimento, é um conjunto de atitudes. Paixão é sentimento, você sente na sua alma. O amor é uma junção de outros sentimentos: paixão, tesão, cuidado, carinho… Da soma dessas coisas surge o amor”. Ver sua vida ao lado daquela pessoa é o amor para Eric. É juntar os sonhos, rever as prioridades e ver o outro crescer junto com você.

Os dois entendem que a intolerância existe com muita força e não entendem porque o amor pode incomodar tanto. “Não tem que ter uma diferença entre casais hétero e casais homossexuais. Por não sentir preconceito a gente acaba não entendendo o que os casais homoafetivos passam”, diz Gabriela. E Eric completa: “É muito tranquilo ser um casal hétero. A gente não sofre preconceito algum. Nós somos duas pessoas brancas, hétero e nunca vamos sentir isso. É normal a gente andar de mãos dadas, mas qual o problema de dois homens fazerem isso? A sociedade tá precisando muito de amor”.

A gente, que acredita no amor, espera que todo mundo possa andar de mãos dadas e ser feliz. Que toda forma de amar tenha espaço e essa mudança começa em cada um de nós.